quarta-feira, 3 de maio de 2017

Dono de agência é investigado por supostos abusos sexuais de garotas

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar denúncias de abusos sexuais contra adolescentes com idades de 13 a 17 anos em uma casa de Alfenas, no Sul de Minas. O suspeito dos crimes é o dono de uma suposta agência de modelos, que fugiu após o caso ser descoberto no último fim de semana.

Há cerca de quatro meses, uma casa localizada no bairro Jardim Alvorada, com três quartos e piscina, servia de moradia para meninas que queriam entrar no mercado da moda. Para seguir carreira, elas deixaram as famílias em outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás, e se cadastraram na agência do homem de 31 anos.
“Na última sexta-feira à noite, recebemos uma denúncia no Conselho Tutelar afirmando que duas irmãs de Goiás, de 14 e 16 anos, estavam se prostituindo no imóvel. Desloquei até o local no sábado de manhã e fui recebido pelo suposto empresário”, contou o conselheiro tutelar Paulo Silvério.
O homem foi informado da denúncia e liberou a entrada de Silvério no lote. “As irmãs estavam nervosas, e queriam sair dali. A princípio, talvez com receio da presença dele, elas não contaram dos abusos. Cheguei a ligar na Polícia Civil, mas não mandaram equipe lá”, explicou o conselheiro.
No domingo, ele retornou à residência com mais duas conselheiras. Dessa vez, o suspeito não estava e as garotas puderam contar o que realmente acontecia na casa. Na versão delas, o agenciador afirmava que, para que as vítimas conseguissem contratos de desfiles, tinham que “receber e dar carinhos”.
Quarto de motel
Segundo o conselheiro tutelar, os abusos aconteciam no quarto do homem, que era parecido com uma suíte de motel, com espelho no teto e frigobar. A princípio, nenhum material pornográfico foi apreendido.
"As garotas passaram por exames de corpo delito e foram levadas para uma kitnet, sob a responsabilidade do Conselho Tutelar. Como ainda estão assustadas, algumas se recusam a passar informações da família, que não sabe o que aconteceu. Assim que tivermos todos os dados, as garotas voltarão para casa”, finalizou o conselheiro.
O suspeito não foi localizado para comentar as acusações.
Investigação
A reportagem de O TEMPO tentou uma entrevista com o delegado regional, Thiago Ribeiro, e com a delegada da Delegacia de Mulheres, Renata Rezende, mas eles se manifestaram apenas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil. Segundo a equipe, as garotas foram ouvidas na delegacia de plantão.
Algumas delas, maiores de 14 anos, chegaram a dizer que as relações foram consensuais. No entanto, elas devem prestar depoimento novamente. Em relação ao chamado do Conselho Tutelar no sábado, a corporação informou desconhecer e que enviou equipe ao local ao tomar conhecimento do caso no domingo. Sobre o suspeito, buscas foram realizadas em alguns endereços, mas ele não foi encontrado.
O homem não é considerado foragido da Justiça, uma vez que não há mandado de prisão em aberto. Outras informações não serão divulgadas por enquanto.

Fonte: O Tempo

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