Neste ano, a campanha de combate
à sífilis terá como foco as gestantes jovens e seus parceiros sensibilizando-os
para a realização do teste de sífilis no início da gestação e, também incentivando
o parceiro a fazer o teste, evitando a reinfeção. A campanha inclui peças
gráficas (cartaz e folheto); filme publicitário e um minidocumentário –
Gestação Segura, Criança Saudável – a serem veiculados nas redes sociais até 30
de outubro.
O Ministério da Saúde contará com
o apoio das sociedades médica e civil para combater a sífilis no Brasil. Nessa
quinta-feira (20), durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores
Tripartite (CIT), foi assinada, com 19 associações e conselhos de saúde, uma
carta compromisso estabelecendo ações estratégicas para redução da sífilis
congênita no país com prazo previsto de um ano. O foco é detectar precocemente
a doença no início do pré-natal e encaminhar imediato tratamento com
penicilina. Na ocasião, também foi apresentada uma campanha publicitária
chamando atenção para ações de prevenção da sífilis e o Boletim Epidemiológico
com números de casos no país.
Coordenada pelo Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, as ações terão prazo
previsto de realização de um ano. O prazo corresponde ao intervalo entre o Dia
Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro
sábado de outubro (15/10/16) e a data do próximo ano. Estão previstos o
incentivo à realização do pré-natal precoce, ainda no primeiro trimestre da
gestação; ampliação do diagnóstico (por meio de teste rápido); tratamento
oportuno para a gestante e seu parceiro; incentivo à administração de
penicilina benzatina, considerada o único medicamento seguro e eficaz na
prevenção da sífilis congênita. Também haverá ações de educação permanente para
qualificação de gestores e profissionais de saúde.
“Nosso objetivo é reunir a
sociedade no esforço de combate à sífilis. Assim poderemos incentivar a
testarem principalmente as grávidas para evitar a transmissão vertical da
doença. Trazemos soluções factíveis no compromisso que assinamos hoje”, enfatizou
o ministro da saúde, Ricardo Barros.
A detecção da sífilis é feita por
meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o
Ministério da Saúde aumentou em mais de quatro vezes a quantidade de testes
distribuídos a estados e municípios, passando de 1,1 milhão em 2001 para 6,1
milhões de testes em 2015. Para as gestantes, a indicação da realização dos
testes rápidos é feita já na primeira consulta do pré-natal, daí a importância
da conscientização de mães e seus parceiros, para iniciar o pré-natal ainda no
primeiro trimestre da gravidez.
“Um grande desafio é o início
precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a procurar o médico apenas
quando a barriga aparece, o que diminui as chances de cura da sífilis para a
mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”, explica a diretora do
Departamento de HIV, aids e hepatites virais do Ministério da Saúde, Adele
Benzaken.
Outra ação do Ministério para
orientar e subsidiar os profissionais de saúde na realização da testagem pelos
profissionais de saúde na atenção básica é o Manual Técnico para o Diagnóstico
da Sífilis, lançado durante o evento. O Manual apresenta fluxogramas para o
diagnóstico seguro da infecção e profissionais e serviços de saúde que poderão
selecionar aquele que mais se adequa à sua realidade local.
Para ampliar o acesso aos testes
rápidos, o Ministério da Saúde articulou com o Conselho Federal de Enfermagem
(Cofen), a edição de um parecer normativo que atualizou possibilitou a
aplicação dos testes rápidos também por técnicos e auxiliares, sob supervisão
de enfermeiro.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Todos os tipos de sífilis –
adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) são de notificação obrigatória no
país há, pelo menos, cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de
2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de
32,7%, a sífilis em gestantes 20,9% e congênita, de 19%.
Em 2015, o número total de casos
notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a
taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil hab e a maioria são em homens,
136.835 (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de
227.663 casos de sífilis adquirida.
Em gestantes, no ano de 2015, a
taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos de sífilis em gestantes a cada
1.000 nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença. Já de
janeiro de 2005 a junho de 2016, foram notificados 169.546 casos. Com relação à
sífilis congênita, em bebês, em 2015, foi notificado 19.228 casos da doença,
uma taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos. De 1998 a junho de
2016, foram notificados 142.961 casos em menores de um ano. O incremento entre
os anos de 2013 e 2014 foi de 26,77% e entre os anos de 2014 e 2015 foi de
20,91% no número absoluto de casos novos diagnosticados.
ACESSO AO MEDICAMENTO
Além do incentivo ao pré-natal
precoce, o plano de ação reforça a necessidade do tratamento oportuno e
adequado tanto da gestante como de suas parcerias sexuais. Para isso, o
Ministério da Saúde tem promovido sensibilização de profissionais na
administração de penicilina benzatina, medicamento seguro e eficaz com combate
à sífilis e reconhecido na Assembleia Mundial da Saúde como essencial para
controle da transmissão vertical de sífilis.
Desde 2014, países de todo o
mundo enfrentam o desabastecimento de penicilina benzatina, devido à falta de
matéria-prima para a sua produção. Neste ano, o Governo Brasileiro, em caráter
emergencial, adquiriu 2,7 milhões de frascos de penicilina benzatina, com
prioridade na prescrição para grávidas e seus parceiros. Além disso, o
ministério já iniciou a compra de 230 mil ampolas de penicilina cristalina.
Segundo o Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) indicam que em
2013/2014, 55% das Unidades da Federação (UF) aplicam penicilina benzatina na
Atenção Básica (AB). Para assegurar esse tratamento às grávidas, o Ministério
da Saúde publicou a Resolução nº 3161/2011, orientando os profissionais sobre a
administração de penicilina nas unidades de saúde e permitindo, inclusive, que
essa administração seja feita pela equipe de enfermagem.
CAMPANHA
Neste ano, a campanha de combate
à sífilis terá como foco as gestantes jovens e seus parceiros sensibilizando-os
para a realização do teste de sífilis no início da gestação e, também
incentivando o parceiro a fazer o teste, evitando a reinfeção. A campanha inclui
peças gráficas (cartaz e folheto); filme publicitário e um minidocumentário –
Gestação Segura, Criança Saudável – a serem veiculados nas redes sociais até 30
de outubro.
No lançamento da campanha, será
publicada também a portaria que aprova o Manual Técnico para o Diagnóstico da
Sífilis – que orienta e subsidia os profissionais de saúde na realização da
testagem. O Manual apresenta três fluxogramas para o diagnóstico seguro da
infecção; profissionais e serviços de saúde poderão selecionar aquele que mais
se adequa à sua realidade local.
Fonte: Hoje em Dia com Ministério
da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário