quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Metade das pessoas HIV positivas no mundo são mulheres





Em muitas culturas, lares e comunidades ainda existem mulheres sem direito de escolha. Na hora do sexo, não podem dizer não e muito menos negociar o uso do preservativo. Segundo o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), a desigualdade de gênero é um fator determinante na feminização da Aids. E o que isso significa? Que todas as formas de violência contra a mulher são fatores determinantes para o crescimento da vulnerabilidade feminina à doença. O resultado deste quadro é assustador: metade das pessoas HIV positivas no mundo são mulheres.


Quando a AIDS surgiu no Brasil na década de 1980, a proporção era um caso de AIDS em mulheres para cada 26,5 em homens. Hoje, temos um caso em mulheres para 1,5 em homens. Por isso, em 2008, o Governo Federal lançou o Plano de Enfrentamento da Feminização da Epidemia das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e AIDS. A intenção é sensibilizar a população para o fato de que as mulheres também contraem a doença. A maior incidência de casos é na Região Sudeste, onde existem 289.074 pessoas infectadas. No Nordeste (26.757) e no Norte (16.103) a tendência é de crescimento. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos.*

Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era quase uma sentença de morte. Atualmente, porém, ela já pode ser considerada uma doença crônica, ou seja, uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que permitem o desenvolvimento de medicamentos eficazes. De acordo com o Boletim Epidemiológico 2007, do Governo Federal, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com Aids no Sudeste estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro-Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul.

AIDS x HIV

Você sabe a diferença entre Aids e HIV? Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Significa que, no sangue, foram detectados anticorpos contra o vírus. Há muitas pessoas soropositivas que vivem durante anos sem desenvolver a doença. No entanto, podem transmitir aos outros o vírus que trazem consigo. A Aids é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV.

EXAMES

É importante ficar atenta, pois a doença não se manifesta da mesma maneira nas pessoas. Além do que os sintomas iniciais são comuns a várias outras doenças. São eles: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer.

Por isso, um dos objetivos do Governo Federal é incentivar a realização do teste de HIV. Somente desta maneira as pessoas podem ter certeza se estão infectadas e começar a procurar ajuda. Os testes são realizados a partir de uma amostra de sangue. Eles podem ser realizados nos laboratórios de saúde pública, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTAs, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a interpretação do resultado pelo paciente.

*Dados do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde.

APRENDA COMO SE PEGA E COMO NÃO SE PEGA AIDS:

ASSIM PEGA:

- Sexo vaginal sem camisinha;

- Sexo anal sem camisinha;

- Sexo oral sem camisinha;

- Uso da mesma seringa ou agulha por mais de uma pessoa;

- Transfusão de sangue contaminado;

- Mãe infectada pode passar o HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação;

- Instrumentos que furam ou cortam não-esterilizados.

ASSIM NÃO PEGA:

- Sexo com camisinha;

- Masturbação a dois;

- Beijo no rosto ou na boca;

- Contato com suor ou lágrima de uma pessoa infectada;

- Picada de inseto;

- Aperto de mão ou abraço;

- Doação de sangue;

- Talheres e copos;

- Assentos de ônibus;

- Piscinas, banheiros, pelo ar

- Sabonete, toalhas e lençóis.


Fonte: www.aids.gov.br
 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Legítima Defesa em situação de violência contra a mulher é um direito e a lei está ao seu lado


Cada vez mais, as mulheres reagem fisicamente ao sofrerem agressão de seus companheiros. A legítima defesa nos casos de violência contra a mulher continua incompreendida e vista como “fora do lugar”, “impertinente”. Coibidas por terem reagido, muitas vítimas deixam de denunciar seus parceiros.

“É importante que a sociedade reconheça a reação física da mulher agredida como uma estratégia de enfrentamento à violência doméstica, não demonize essa atitude, e estimule formas mais seguras – menos imediatas e desesperadas – de se defender, pois a mulher pode se machucar muito.”

Ana Flávia Lucas D’Oliveira, pesquisadora e professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Na cidade de São Paulo, 79% das mulheres agredidas fisicamente pelo companheiro agrediram de volta para se defender é o que mostra o “Estudo Multipaíses da OMS sobre Saúde da Mulher e Violência Doméstica”. A pesquisa, realizada em 2001, em dez países, foi coordenada, no Brasil, pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. De acordo com Ana Flávia, uma das coordenadoras da pesquisa, foram entrevistadas mais de 2 mil mulheres moradoras do município de São Paulo e da Zona da Mata pernambucana.

Nas duas regiões pesquisadas, a legitima defesa foi constatada com maior frequência entre mulheres que se encontram em situação de isolamento social, ou seja, sem suporte social – rede informal (amigos/comunidade) ou formal (delegacias e centros de atendimento social). Vivem, em geral, em locais no qual a percepção é a de que os vizinhos não se mobilizariam, não a apoiariam em caso de uma agressão do companheiro, ou não teriam para onde recorrer.

“A maioria das mulheres que reage à violência doméstica com agressão física buscou, antes disso, outras saídas como medidas preventivas e registros de queixa de ameaça de morte nas delegacias. Mas não foi ouvida nem acolhida.”

Maria Amélia de Almeida Teles (Amelinha), ativista de Direitos Humanos, coordenadora do Programa de Promotoras Legais Populares e da ONG União de Mulheres de São Paulo.

Para Maria Amélia, é praticamente impossível sair da situação de violência sem o apoio da família e dos serviços sociais e de segurança pública. A ajuda externa, portanto, é fundamental. No Brasil, no entanto, a rede de atendimento às mulheres em situação de violência ainda é precária e escassa.

De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (IBGE – 2009), somente 7 % dos municípios brasileiros possuem Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher; menos de 5% têm casas abrigo e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e apenas 10% contam com centros de referência de atendimento à mulher.

No sudeste concentra-se o maior número de serviços especializados enquanto que, no Norte e Centro-Oeste, há as menores disponibilidades de qualquer tipo de atendimento à mulher vítima de violência.

“Quem inicia a violência física está contra a lei. Já quem se defende está moralmente e juridicamente correto e legitimado.”

Eliana Vendramini, promotora de justiça criminal de São Bernardo do Campo.

Muitas vezes, a mulher se sente coibida depois de reagir à agressão física porque existe o senso comum de que quem bate perde a razão. A promotora de justiça ressalta que é permitido à pessoa agredida se defender contra alguém que está pondo em risco sua integridade física ou sua vida.

Banalização da violência doméstica

A falta de compreensão da violência doméstica como um crime igual aos outros faz com que a legítima defesa nesse caso ainda seja interpretada como a perda da razão da mulher, já que ela optou por uma ação tão ilegítima quanto a do companheiro ou ex-companheiro. Ou seja, “mulher que é agredida fisicamente e reage não merece mais o direito de defesa da lei porque também cometeu violência”.

Ainda mais: a agressão física das mulheres contra os homens, mesmo em caso de legítima defesa, é vista de forma negativa. Se ela agride de volta, está indo ao contrário a uma expectativa de um padrão mais tradicional de gênero. Ao contrário, se ela se vitimiza e não tem coragem de revidar, também é mal vista e desvalorizada pela sociedade. Ou seja, está sem saída.

A legítima defesa da integridade física e corporal, que é um direito de todos e todas, é moralmente vetado às mulheres nessa situação. O que não corresponde ao que diz a lei.


Contatos com as fontes:

Ana Flávia Lucas D’Oliveira - médica pesquisadora e docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP
São Paulo/SP (11) 11 3061-7285 / 3061-8278 / 3061-7444 - aflolive@usp.br

Eliana Vendramini - promotora de justiça criminal de São Bernardo do Campo
São Paulo/SP (11) 4044.6078 - elianafvc@ig.com.br

Maria Amélia de Almeida Teles (Amelinha) – ativista de Direitos Humanos, coordenadora do Programa de Promotoras Legais Populares e da ONG União de Mulheres de São Paulo
São Paulo/SP (11) 3106-2367 (11) 3106- / 9601-4800 - amelinhateles@globo.com


Fonte: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/

Encerramento dos cursos do ano 2010 na Pastoral da Mulher





Aconteceu no último dia 26 de novembro, a solenidade do encerramento dos cursos de Informática e costura e das Oficinas de Bijuteria, Bordado e Pintura em Tecido.  O evento foi marcado pela alegria e satisfação das concludentes dos cursos. Muita emoção durante a  entrega dos certificado. Graças ao empenho, todas estavam ali encerrando um curso e vencendo um grande desafio. Houve também exposição dos trabalhos realizados ao longo do ano. O evento continuou com uma palestra do professor Julio Machado sobre como buscar uma vida mais alegre e completa, procurando a felicidade dentro de si. A tarde concluiu com a celebração das aniversariantes do mês de novembro.