segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bibliodrama

Sobre o Bibliodrama

O bibliodrama é um método de interpretação de textos sagrados. É uma hermenêutica com um método próprio. O grupo é o espaço preferencial do bibliodrama para a compreensão do texto, pois este deve passar pela vivência corporal de cada pessoa, para que seu sentido encontre ecos de experiência comum entre a vida expressa no texto e a vida de quem procede à leitura. Na compreensão do bibliodrama, o texto bíblico é escrito, sua história foi vivida, e tem a sua sacralidade, a nossa vida cotidiana é um texto vivido, ainda em movimento – e este texto da nossa vida também tem a sua sacralidade. O bibliodrama põe em diálogo estes dois textos – o da Bíblia e o da nossa vida e da vida das pessoas que nos cercam. O bibliodrama faz isso por meio de um método muito especial, com estudo, diálogo e dinâmica.

Na hermenêutica bibliodramática é possível lidar com papéis, estruturas e modelos de classe, etnia, idade, gênero... e, neste jogo se confrontar, inverter, questionar, perceber os limites dos clichês já determinados. Assim, mulheres podem se colocar no papel de Moisés, ou de Jesus; e homens podem se colocar no lugar de Tamar ou da Concubina do Levita de Juízes 19. Bem como, mulheres se colocam no papel de outras mulheres, como Fenena e Ana, e a partir daí buscam afinidades ou lutas e revoltas afins com personagens dos textos. E aí são analisados como estes papéis funcionam e qual era o seu lugar na sociedade da época e na de hoje. Permite que falem também, por exemplo, as filhas e os filhos de Fenena (que era a “outra” esposa do marido de Ana. 1 Sm 1), ou que entre em cena a mãe do filho pródigo, ou que falem as mulheres que vivem no harém de Salomão. Podemos analisar famílias e seus conflitos e ver como os homens exercem seus papéis na família dos textos e vida de hoje, ver como são os casamentos, a religião, a sociedade, as relações de amor e de poder, as doenças, as alegrias e os sofrimentos, etc.

No bibliodrama cada personagem ou situação do texto é enfocada e estudada com atenção. Essa possibilidade desconstrói o paradigma do heroísmo e do individualismo, do personagem herói ou heroína, típico da sociedade ocidental. Elisabeth Naurath vê como, uma tarefa fundamental do bibliodrama “não apenas a construção de uma ponte entre texto e experiência pessoal, entre passado e presente, mas também dentre estas, vencer em nossa consciência cotidiana habitual a divisão entre corpo e alma.” A Bíblia testemunha experiências de fé que se definem pela condição corporal e vital, como por exemplo, nos milagres de curas, ou na transformação da água em vinho – para a continuidade da festa, da alegria, da convivência, ou na multiplicação da comida. Este retrato bíblico da corporeidade nas suas várias dimensões implica em que a interpretação dos textos bíblicos requer “uma ‘re-tradução’ da Palavra para a experiência corporal”. Trata-se de entender a Bíblia através da vivência dos textos e de uma dinâmica de interpretação que nos traz de volta o sentido profundo dos textos sagrados.

Bem-vindas e bem-vindos para uma bela e nova leitura da Bíblia.

Anete Roese

Convite - Bibliodrama

Data: 04 e 05 de Julho
Horário: Sábado de 8h30 às 17h
Domingo de 8h30 às 12h
Local: Instituto Izabela Hendrix – Rua da Bahia 2020
Taxa: R$ 30,00
Assessora: Prª. Anete Roese

Não perca esta oportunidade!
Inscreva-se até 29 de junho.

Ficha de Inscrição – Bibliodrama

Nome______________________________________

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Centro de Estudos Bíblicos – CEBI MGRua da Bahia 1148 sala 1204 – Centro – CEP 30 160 906 Belo Horizonte MGFone: (31) 3222 1804 site cebimg.org e-mail cebimg@terra.com.br

A responsabilidade de ser mãe: diferentes escolhas podem expressar o amor materno

Texto publicado no Jornal Grito Mulher - maio 2009
Muito se fala sobre adoção, guarda, denúncia ao Conselho Tutelar, mas poucas pessoas verdadeiramente dominam estes conceitos e sabem o que de fato significam na vida das famílias que passam por situações dessa natureza. Em verdade, apesar de o assunto ser voltado para o campo jurídico, estamos falando de sentimentos, emoções, de vidas humanas.

Quando pensamos nesses temas, temos que ter em mente que a lei tem por finalidade resguardar, principalmente, o interesse da criança ou adolescente. Nos tempos modernos, percebemos que nem sempre a família ampara o menor como deveria, zelando pelos seus direitos. Assim, para que essa situação não continuasse a acontecer, foi elaborada a Lei nº 8.069 de 1990 , mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para os fins da lei, considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade, e adolescente, o indivíduo de 12 a 18 anos. Aos dezoito anos, a pessoa atinge a maioridade civil, isto é, passa a ser responsável pelos seus atos e também por sua subsistência.

O ECA¹ prevê uma série de direitos fundamentais das crianças e adolescentes, que não podem ser violados, nem mesmo pela família do menor. São alguns deles direito à vida, à saúde, à educação, à convivência familiar saudável, ao lazer, à liberdade, entre outros. Assim, se a criança vive com a mãe que faz uso de entorpecentes (drogas), esta situação viola o direito à convivência familiar, protegido pelo Estatuto. Se os pais mantêm o filho adolescente preso, esta situação afronta o direito à liberdade do jovem. Nos casos em que há desrespeito a um direito da criança ou do adolescente, surge a necessidade de deixar o menor aos cuidados de uma família substituta. Esta situação pode se dar de duas maneiras: guarda ou tutela. São situações muito semelhantes. Na tutela, os pais biológicos perdem o poder sobre o filho, que passa a ser exercido por um tutor (a) nomeado (a) pelo juiz. Na guarda, a nova família deve prestar assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente. Ainda nessas ocasiões, o caso pode ser levado ao Conselho Tutelar.

O Conselho Tutelar, ao contrário do que muitos pensam, não é órgão do Poder Judiciário. É órgão permanente, da sociedade. Cada município deve ter ao menos um conselho, formado por cinco membros escolhidos entre pessoas idôneas², maiores de 21 anos, da comunidade. O Conselho é responsável por aplicar medidas protetivas dos menores, tais como requisição³ de tratamento médico, orientações diversas e, nos casos mais graves, colocação em abrigo ou em família substituta. O Conselho também pode tomar medidas quanto aos pais ou responsáveis pela criança ou adolescente, por exemplo advertência, obrigação de matricular o filho e acompanhar a freqüência escolar, até a perda da guarda, destituição do pátrio poder (direitos e deveres dos pais em relação aos filhos menores de idade), que são as mais severas.

O Conselho Tutelar deve ser visto como um órgão de auxílio, a quem os pais ou responsáveis devem recorrer para obter as orientações de como lidar com situações difíceis relativas a crianças e adolescentes. Como já destacado, apenas em situações muito graves, em que haja um desrespeito inaceitável aos direitos dos menores, o Conselho poderá tomar medidas mais drásticas. As decisões do Conselho somente podem ser revistas pelo juiz da Vara de Infância e Juventude, sempre a pedido dos interessados. Assim, a mãe que teve a perda da guarda do filho deve pedir em juízo a alteração desta decisão.

E, por fim, mas não menos importante, devemos falar da adoção. É necessário destacar que entregar uma criança para adoção não é crime. Pelo contrário, pode ser considerada como um dos mais belos atos de amor, desprendimento e amadurecimento da mãe, ciente de que não poderá dar ao seu filho condições dignas de vida. O que não pode ser feito, nestes casos, é abandonar o bebê à própria sorte, como vemos todos os dias nos telejornais, em latas de lixo, vias públicas. O mais correto é deixar a criança aos cuidados do Juizado na Infância e da Juventude mais próximo. Caso não seja possível, deixar aos cuidados do hospital em que foi realizado o parto também é viável.

Após a entrega da mãe biológica, esta criança é levada a um orfanato, e passa a aguardar pela adoção. Enquanto isso, pessoas interessadas fazem seu cadastro junto ao Juizado da Infância para adotar uma criança. Assim, há um longo processo judicial, em que são verificadas as condições das pessoas que desejam adotar, a adaptação da criança no seio desta família e, caso todos estes procedimentos indiquem que a convivência será saudável, o juiz autoriza a adoção.

É preciso lembrar que, antes de tudo, a maternidade deve ser sinônimo de amor, de desprendimento. E que esse amor pode ser expresso de diversas maneiras, ao se garantir uma vida digna para o filho, seja pela entrega para adoção, pela guarda a outra pessoa da família ou pelos próprios pais. É apenas uma questão de possibilidades.

Artigo de Karina Brandão Rezende Oliveira
Formação: Procuradora do Estado de Minas Gerais, Mestranda em Direito pela UFMG.

Pequeno dicionário
ECA¹: Estatuto da Criança e do Adolescente
Idônea²: pessoa capaz, correta, apta a exercer
atos civis e políticos.
Requisição³: solicitação, pedido ou requerimento.



Confira alguns textos publicados no Jornal Grito Mulher - Edição Maio/2009


MATERNIDADE - MITO E REALIDADE
Será que na realidade toda mulher quer ser mãe?
Não! A cultura - isto é, o companheiro, os amigos, os futuros avós - todos cobram, mas nem toda mulher quer ser mãe. Embora, às vezes, queira engravidar. Porque a gravidez pode lhe trazer vantagens. Mas e o filho? A questão da maternidade, isto é, de gerar um filho, é mais complexa no ser humano. A fêmea humana é muito diferente das fêmeas de outras espécies - de uma ovelha, por exemplo - embora seus órgãos internos sejam muito semelhantes.

Temos um corpo que não é só físico ou biológico. Ele é atravessado, marcado por uma história. A história é de cada mulher. E é essa história que vai alterar e definir as escolhas. Em nosso corpo carregamos um aparelho destinado a procriar e, no entanto, não significa que ele tenha de cumprir essa função. O ser humano não é definido por seus instintos, ele é mais do que isso.

Hoje a mulher pode ter o controle de seu corpo, então, ser mãe é uma escolha, uma opção, e não um determinismo biológico. Mas mesmo assim escuto muitas mulheres que se sentem culpadas e até desnaturadas por não terem esse desejo. Ao mesmo tempo, acompanho outras que sofrem por não conseguirem engravidar. O que acontece? Como estava dizendo, não é suficiente a natureza ter dotado a mulher de órgãos reprodutores e da produção de hormônios. Na espécie humana, para que uma fêmea se torne mãe, é preciso que esses aparelhos estejam em consonância com o psiquismo dessa mulher.

Os motivos que levam a mulher a querer ou não ter filho variam muito. Alguns nem estão muito evidentes e podem estar relacionados com traumas, e outros já são bem objetivos. Com a evolução dos tempos, a mulher passou a ter novas funções na sociedade, abrindo assim um leque de ambições e oportunidades. Dessa forma a maternidade deixou de ser a única saída para que a mulher se sentisse valorizada. Por isso, ser mulher não significa ter de ser mãe. Além disso, ser mãe é uma função para a qual se requer habilidades específicas e acima de tudo interesse em desempenhá-la.


Considero importante tratar esse assunto para que, ao ter mais consciência desse papel, a mulher se liberte desse determinismo biológico e faça sua opção. Por quê? Uma criança que vem ao mundo necessita de alguém que lhe dispense cuidados específicos.

O bebê humano, diferentemente de um bezerro, nasce despreparado para sobreviver. Não só porque o seu sistema nervoso não está pronto - o que só vai se dar por volta dos dois anos - mas porque ele requer mais que os cuidados com a alimentação. Por seu desamparo, o bebê humano necessita de uma pessoa específica, que vai lhe dar aconchego decifrando seu choro de desconforto e lhe oferecendo alívio. Dessa pessoa específica espera-se uma disponibilidade e uma dedicação que vem de quem tem desejo de ser mãe e de ter um filho/a.

Além disso, é importante deixar bem claro que nem sempre aquela pessoa que gerou e pôs no mundo a criança vai ter condições de desempenhar essa função. Veja bem: não é necessário fazer cursos para aprender a cuidar de um bebê (isso pode até ajudar nos aspectos práticos). Ao se estabelecer uma relação de atenção e interesse com o bebê, esse aprendizado vai se dando naturalmente. Quantas babás, que não freqüentaram escolas, são hábeis na profissão?


O bebê humano precisa de alguém que estabeleça com ele uma relação de afeto. Alguém que, ao lhe oferecer o leite, possibilite também um contato caloroso. É desse contato, dessa ligação que o bebê vai deixando de ser só um corpo de carne e osso e começa a ser marcado, a fazer registros de sua história.


O bebê humano precisa de alguém que o alimente, mas que também alivie seus desconfortos, que o acalme, que lhe assegure seu bem estar. Este primeiro relacionamento da criança vai influir em suas ligações futuras. Com uma base segura de confiança nessa pessoa, ela poderá mais facilmente ampliar seu mundo.


Artigo de Solange Delgados PassosFormação: Psicologia pela UFMG; Formação em Psicanálise - GREP - Grupo de Estudos Psicanalíticos e SPP - Seminário da Prática Psicanalítica- Jul/93; Experiência em Psicologia Clínica direcionada para adultos e adolescentes há mais de 20 anos. soldelpas@hotmail.com


Aids: vencendo a transmissão vertical do HIV

A Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que é uma contaminação pelo vírus HIV. Esse vírus ataca células de defesa do organismo diminuindo ou até impedindo o combate de outras doenças, expondo a pessoa a um maior risco de se infectar por outras doenças. Existem três tipos de transmissão do HIV:
•Transmissão sanguínea: ocorre quando uma pessoa não contaminada pelo HIV entra em contato com o sangue contaminado, que pode ocorrer por meio da transfusão sanguínea ou compartilhamento de agulhas e objetos cortantes.•Transmissão sexual: as secreções trocadas pelos parceiros durante o ato sexual estão contaminadas pelo vírus, por isso o sexo vaginal, anal ou oral são meios de contaminação.
•Transmissão Vertical: ocorre quando a criança é contaminada pelo vírus durante a gestação (quando o vírus atravessa a placenta), durante o parto (quando o bebê entra em contato com sangue e secreções maternas) e durante o aleitamento, onde o bebê entra em contato com o leite contaminado.

Vale lembrar que a camisinha deve ser usada sempre, mesmo pelas pessoas soropositivas (contaminadas pelo vírus HIV) uma vez que ela protege a mulher e o parceiro de um novo contato com o vírus, o que pode aumentar sua quantidade no organismo. A camisinha também protege de outras doenças sexualmente transmissíveis.
Sobre a transmissão vertical:

A transmissão vertical é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil. Para prevenir a transmissão do vírus da mãe para o filho, é necessário e muito importante que a gestante procure o Centro de Saúde para fazer o pré-natal e iniciar o tratamento precoce visando evitar a contaminação do bebê, garantindo assim a saúde da mãe e da criança.

A primeira medida é a gestante pedir para realizar o exame Anti-HIV que é feito de maneira gratuita e sigilosa. Caso o exame indique que a gestante é soropositiva ela entra imediatamente em tratamento para impedir a contaminação do bebê. Alguns dos cuidados a serem tomados:
•Uso de medicamentos antiretrovirais (AZT) que impedem a multiplicação do vírus, reduzindo sua quantidade no organismo, o que trará benefícios para a mãe ao impedir o avanço da doença e para o bebê, diminuindo suas chances de se contaminar. A mulher deverá tomar o medicamento a partir da 14ª semana de gestação.
•Também o bebê ao nascer vai ser tratado, tomando o AZT na forma de xarope durante as 6 primeiras semanas de vida.
•Realização de exames periódicos: para acompanhamento do quadro e melhor controle da medicação.
•Parto: surgindo as primeiras contrações, a gestante deve procurar imediatamente o hospital, pois se deve evitar o contato do bebê com o líquido da bolsa ou no parto, com as secreções ou sangue maternos favorecendo a contaminação. Por isso o parto pode ser programado, do tipo cesariana, para evitar riscos.
•Aleitamento: a mulher soropositiva não deve amamentar o bebê, uma vez que o vírus está presente em seu leite. É indicado que a criança receba o leite artificial específico e gratuito, já que ele fornecerá todos os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável.

É importante que o pré-natal seja realizado o mais cedo possível, aumentando as chances do bebê em não se contaminar com o vírus. Todo o processo do pré-natal e cuidados citados são direitos de toda gestante e são garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Seguindo então os devidos cuidados, a mãe e o bebê poderão ter uma vida muito mais feliz, tranqüila e saudável.

Bibliografia:MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância e Saúde. Manual de Recomendações Para Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti-retroviral em Gestantes, 2004Elaborado por: Ana Luiza Gomes Barbosa; Dálian Cristina Rocha; Renata Slaib Belico Caria – alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da UFMG. Orientação: Profa. Eliana Aparecida Villa











APMM/BH no VII Encontro Formativo da Rede de Pastoral Oblata


Durante os dias 12,13 e14 de maio, a Pastoral da Mulher de Belo Horizonte se integrou às irmãs e agentes dos projetos pastorais oblatas, a fim de participar do VII Encontro Formativo da Rede de Pastoral Oblata. O tema deste ano foi os “Encantos e armadilhas da sexualidade humana: defesa de leis e princípios e ou defesa da vida”, que contou com a assessoria de Ivone Gebara [1]. A abertura foi feita pela Ir. Ivoni Grando, coordenadora provincial das oblatas, que, além de dar as boas vindas, refletiu sobre a importância do encontro e do fortalecimento do espírito da Rede. Estiveram presentes cerca de 40 irmãs e agentes dos projetos de Juazeiro (BA), Salvador, Belo Horizonte, Santo Amaro (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

O Encontro proporcionou uma abordagem teórica, debates e reflexões acerca de itens como: aborto, homossexualismo, prostituição e ética, métodos contraceptivos e legalização da prostituição. Isso trouxe um aprofundamento em torno de assuntos polêmicos e que estão presentes na realidade do trabalho desenvolvido junto às mulheres em situação de prostituição.

Ivone Gebara conduziu os debates e nos aproximou de temas que ainda se configuram como tabu, que levantam dúvidas e questionamentos. Também nos instigou a estudar e nos aprofundarmos mais em determinadas questões. Dentre suas abordagens, ressaltaram-se assuntos como “guetos culturais”, interferências do nosso olhar sobre o mundo e modos de viver a vida, a sexualidade humana dividida entre encantos e armadilhas, a complexidade das relações humanas, entre outros.

No decorrer de exposições e debates, houve a troca de experiências vivenciadas nas realidades dos projetos, apontamento de leis, o levantamento da importância do empoderamento das mulheres e do engajamento de todas e todos na batalha pela efetivação de uma sociedade mais justa. Seguimos então, ponderando sobre temas, em busca de posicionamentos que não sejam taxativos, mas sim reflexivos.

1-Irmã Ivone Gebara é doutora em Filosofia e em Ciências Religiosas; ministra cursos e profere palestras por todo o Brasil sobre a Hermenêutica feminista, novas referências éticas e antropológicas e os fundamentos filosóficos do discurso religioso. É autora de vários artigos e livros, como: As águas do meu poço (2005), O que é Teologia (2006), O que é Teologia Feminista (2007), publicados pela Editora Brasiliense.

MISEREOR NA PASTORAL DA MULHER

Da esq. para a direita: Elisangela, José Manuel Uriol, irª Lúcia Webler e Anselm Meyer

Dia 20 de maio, a Pastoral da Mulher recebeu a
visita de Anselm Meyer, representante da Misereor,
parceria que ajuda a estruturar nosso trabalho em
prol das mulheres em situação de prostituição. Seu
auxílio contribuiu para a aquisição de móveis e
outros materiais essenciais para o desenvolvimento
do projeto.

Misereor é uma Obra Episcopal de Cooperação
para o Desenvolvimento, fundada na Alemanha, em
1958, como organização contra "a fome e a doença
no mundo". Tem como missão:
* combater as causas da miséria que se manifesta
em forma de fome, doença, pobreza e outras formas
de sofrimento humano, sobretudo nos países da
Ásia, da África e da América Latina;
* possibilitar às pessoas atingidas uma vida digna;
* promover a justiça, a liberdade, a reconciliação e a
paz no mundo.

Com a colaboração de nossas parcerias e agentes,
seguimos junt@s, na batalha pela justiça social.