Elizabeth Oliveira
Em março de 2008 deu-se início à produção da Colcha de retalhos com as mulheres, cada parte bordada por uma delas. Essa colcha foi finalizada em agosto e virou um objeto de decoração do Cantinho. Foi um instrumento utilizado para trabalhar com as mulheres suas identidades, histórias, criatividade e conhecimento de si.
A monitora da oficina de bordado, Elizabeth Oliveira, fala sobre a experiência.
APMMBH: Como se deu o primeiro contato com as mulheres e a iniciação ao bordado?
Elizabeth: O que eu achei interessante foi que logo no 2º dia elas tomaram a liberdade de falar das suas experiências profissionais. A maioria não sabia bordar e mostrou uma habilidade que elas próprias não conheciam. No momento em que viam se admiravam com próprio resultado do trabalho.
APMMBH: E as idéias para compor a peça?
A monitora da oficina de bordado, Elizabeth Oliveira, fala sobre a experiência.
APMMBH: Como se deu o primeiro contato com as mulheres e a iniciação ao bordado?
Elizabeth: O que eu achei interessante foi que logo no 2º dia elas tomaram a liberdade de falar das suas experiências profissionais. A maioria não sabia bordar e mostrou uma habilidade que elas próprias não conheciam. No momento em que viam se admiravam com próprio resultado do trabalho.
APMMBH: E as idéias para compor a peça?
Elizabeth: Pensei a princípio em bordar o universo infantil, dando a elas a oportunidade de voltarem ao seu passado. Elas tinham a liberdade de fazer o próprio traço e cores. Foi super tranqüilo e rico.
APMMBH: Nos fale sobre as dificuldades desse trabalho.
Elizabeth: Quando colocamos a proposta da infância nos bordados elas disseram que não tinham nada para falar, que só tiveram sofrimento. Com o passar do tempo os relatos demonstraram histórias de exclusão, abusos sexuais, condição de pobreza, doenças, abandono, drogas e a própria prostituição.
Para mim foi difícil lidar a todo momento com a dor da outra. O que podia fazer era escutar.
Nos momentos em que elas pensavam em desistir, pela falta de compreensão do sentido sobre o fazer artístico e da troca de experiências, era preciso sempre instigar.
A necessidade financeira (clientes para atender) e a dependência de drogas roubam dessas mulheres as oportunidades, tirando-as dos locais e do convívio com pessoas que tentam resgatá-las.
A colcha pronta:
Elas disseram que deu muito trabalho, mas valeu a pena. Como disse uma delas: “Fomos nós que fizemos”. E outra mulher diz: “é uma pena que as outras mulheres não tenham a consciência da importância desse trabalho.
Defina a colcha:
Momento de prazer, dor, alegria e de convivência com a outra.